Sinto-me beirando a perdição. A diferença agora é que eu sei que estou são. Lúcido. Isso torna as coisas muito piores. A sensação de desnorteamento se intensifica, como uma névoa densa que impede a visão do que o próximo passo aguarda. E isso é torturante. Saber que você estava perto demais do fim de todas as suas dúvidas, mas que estava cego demais para notar todos os mais discretos sinais, atordoa-me. Quero voltar no tempo. Quero fazer o Tic-tac virar Tac-tic. Quero torcer os fatos aos meus desejos. Quero moldar minha vida, e as de quem estão perto o suficiente de mim. Quero correr os mínimos riscos, mesmo sabendo que somos muito mais que isso. Não posso fazer essa brasa se intensificar, mas também não posso deixá-la desaparecer. Ela é minha esperança proibida. Quero um incêndio. Sim, um incêndio, porém controlado. Quero o proibido. Quero a tentação. Quero tentar, em quaisquer sentidos da palavra. Entretanto, não quero nada extraordinário. Quero respostas - simples assim. Quero atos. Quero um dia, talvez dois. Não quero a eternidade. Não quero um amor. Quero resolver questões. Mas não quero ferir a nada, a ninguém. Estas são as últimas linhas detalhadas e claras. A última espoxição de meu ponto de vista lamentavelmente parcial e tendencioso. Entretanto, por muito tempo, habituei-me a me contentar com o pouco que conseguia. Se esse não for um momento em que eu finalmente conseguirei um pouquinho mais, respirarei fundo. Não será a primeira vez. Carregar essa dúvida por mais algum tempo será a solução, então, para o bem maior: A felicidade e o bem estar da convivência de dois, três e quatro vidas que espero estarem irremediavelmente interligadas.
[Fernando M. Minighiti][17.08.2011][21:55]
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