segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Consequência do desespero

Julgue-me, não lhe impedirei.
As cartas estão à mesa
E meu sangue profuso goteja
Dolorosamente verdadeiro.

Posso até prever nitidamente
O choque em seus olhos.
A última coisa que queria era vê-los assim.
Mas pago as consequências pelo que fiz.

Acontece que você é minha doença
E minha cura, também.
É a chave da insanidade
Sem a qual não sei viver.

Ver-te assim me angustia
E me assusta. Há algo que posso fazer?
Perdoe-me. Honestamente
Não sei como isso foi acontecer.

Peço-lhe que nunca se deixe macular
Como eu um dia deixei.
Lhe imploro que permaneça sempre inteiro
Por que o meu lugar é o desespero.

[Fernando M. Minighiti][08.08.2011][09.09]


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