quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Depois de tudo

Então, a questão se resumi nisso, não? Os últimos três anos foram uma mentira e um desperdício quase completos. Depositei minha fé nas pessoas erradas. Sofri inutilmente. Trilhei caminhos tortuosos que me levaram a lugar algum. Amei quem não merecia ser amada, ajudei quem queria permanecer inalterado. Tentei, infantilmente, encontrar em outros a falta que sinto aqui dentro, quase sólida em meu peito. Não me orgulho de minha tolice: Cada um é cada um, e o que eu tenho de melhor em mim são as lembranças. Nada pode equiparar-se à sua magnitude. Nada, nem ninguém. Hoje, até quem eu acreditava ter o mínimo de dignidade e humanidade provou-me sua inferioridade. Não me surpreendo, como me surpreendia. Não tento acreditar que é diferente, como tentava. Simplesmente é assim. É triste. É a vida. Aos poucos, uma a uma, máscaras partem-se em pedaços pequenos demais para serem refeitas. É irônico que as únicas pessoas que nunca me deixaram sentir sozinho não estejam sempre comigo. Entretanto, sua influência é tamanha que, apenas a perspectiva de vê-los qualquer dia desses já me basta para acordar e enfrentar todos esses dias sozinho. Apenas nossas memórias já me bastam para sorrir. Saber que vocês existem me é suficiente para fazer-me continuar. Afinal de contas, o que significa quatro meses se comparados a dois anos e meio de separação? Breve, muito em breve, tudo vai mudar. Esses dias obscuros serão, enfim, esquecidos. E, quando o nosso passado tornar-se o nosso futuro, olharei naqueles três pares de olhos que nunca me deixaram, e murmurarei, do fundo de minha alma: "Muito obrigado".

One day the night is ending. It was only an eclipse, and now the sun will reign again. Everything will be fine.
 
[Fernando M. Minighiti][04.08.2011][12:40]

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