sexta-feira, 25 de março de 2011

Estática

Meus joelhos estão sangrando
De tanto ajoelhar-me para rezar
Preces que já decorei.
Todo esse peso nos meus ombros, o que me é impôsto,
Impedem-me de abrir minhas negras asas,
De fugir para longe daqui.
Continuo a assistir essa cena digna de pena.

Não há como fechar meus olhos.
Vocês me drogaram, e agora
Só tenho um mestre, um senhor.
Não há como negar
A realidade.
Nós fomos usados.
Nós fomos modificados e condenados.

Mas o pior é aplaudir
No fim do ato
Mesmo depois de tanto
Sangue derramado.
E quando nasce um outro sol
Dentro de mim,
Percebemos enfim
Que nosso lugar não é aqui.

[Fernando m. Minighiti][25.03.11][20:28]

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