terça-feira, 25 de novembro de 2014

Um poema quase sem sentido - assim como o amor

I
Tempo passa, sussurram uma dúzia de vozes.
Hipérbole atemporal de uma colossal
Estória contraditória, onde de
Grandes esperanças vivem os protagonistas
Românticos, romancistas, romanescos.

E a cada passo compartilhado
A cada abraço acalorado, o
Tempo passa, o tempo
Escoa das mãos, do coração
Silencioso, em seis grandes gotas.

Teria isso uma má conotação?
Tenciono a dizer que não.
Hoje é semente de ontem, e novos
Inícios podem surgir amanhã,
Na semente do que já foi fruto.


II
Grandes são seus caminhos
Ying-yang da vida real:
Ou se é bom, ou se é mau
Um dilema desnecessário quando
Leve é o coração, pois

Livre é o espírito que
Encontra nos olhos de seu protagonista a
Verdade sobre a vida; que sabe que para a 
Eternidade poderá contar com o
Refúgio no coração do seu par.

Karma? Talvez hão de passar.
Ninguém soube dos obstáculos
Ou das alegrias, dos improvisos: nem
Wilde, nem Rice,
Immanuel ou Marx.


III
Simples são seus corações.
Justos, sejam heróis ou vilões.
Um porto seguro que, por justamente
Simples assim ser, medrosa e dignamente, 
Transforma-se em proteções, transfigurados em 

Tornados, terremotos, tempestades,
Outro ser que nasce no íntimo
Liderado pelo medo, pela
Opressão da visão, pela
Vasta e remota sugestão de

Estático estar, e ver seu
Amado correr, sem
Nada fazer. E, assim, 
Descobrir o gosto da solidão, 
Beber da dor a poção.


IV
Ele então percebe que nem de
Longe esse dia existirá. Em sua cama e em seu coração
O seu falho e amado protagonista repousa,
Velado por teus olhos,
Enroscado em teus braços.

Disto ele agora tem bem certeza: o doce do
Início está no nascer de cada sol, e
Não morto no tempo que se passou, não.
Renova-se sempre, pois 
Esta é a verdadeira eternidade: pode o

Tempo passar. Um, seis, doze meses.
Um nobre coração
Refugiado em seu bem-querer
Nunca há de morrer.

[Fernando M. Minighiti][25.11.2014][02:04]


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