terça-feira, 21 de outubro de 2014

Nossa vida (em meus garranchos)

Nesta noite.
Nada será igual depois desta noite
Porque a noite já está acabando
Para o desespero de todos os pesadelos.

Madrugada.
Você é a luz que antecede a aurora
Você é a brisa que agora
Seca e leva as lágrimas de outrora.

Minha vida.
Você não se contenta só com a sua vida
E invade a minha frequência cardíaca
Como todo destilado, minha nicotina.

Meu sol.
Você é o sol que não me deixa só
E é também a sombra projetada no pó
Acorde dissonante que me fez sair da nota dó.

Eu nunca te deixaria ir.
Se eu não posso te alterar
Que continuemos correndo
Continuemos vivendo.

Brilhantes esperanças em nosso caminho negro.
Momentos que se vão com o vento.

Digital.
Você digitaliza a sua vida
Mas creio que à luz desse scanner
Minhas retinas queimariam - e eu prefiro os livros.

Sua alegria.
E seus allegros tão gritantes
Em choque com meus réquiens tão distantes
A morte nunca pareceu tão exorbitante.

Meu anjo.
Você é meu anjo, o meu encanto
E o demônio que me causa espanto
Umidificado em suaves prantos. 

E essa vida
Insensível, insensata, injusta vida
Nunca foi tão boa de ser vivida
Tão agridoce e, ainda assim, tão colorida.

Eu não desistiria. Não, eu nunca o faria.
Não desistiria. Essa é nossa vida.

[Fernando M. Minighiti][21.10.2014][22:55]



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