domingo, 31 de julho de 2011

Conclusão

Evito seus olhos, e o que mais possa me entregar de mãos atadas. Não me agrada a perspectiva de revelar-lhe minha fraqueza maior. Sei que, se meu olhar encontrar o seu nem que por uma fração de segundo, eles lhe revelarão mais do que pretendo que você saiba. Ainda não aprendi a lidar com sua perfeição. Sua modéstia me incomoda um pouco, também. Evito seus sorrisos, embora um súbito desejo de vê-los me traia. Quero, no íntimo, ser o motivo de teus lábios se curvarem para cima. Seu perfume me acalma e me alucina. Ele é meu refúgio, minha paz e minha agonia. Minha alegria e minha dor. Meu prazer secreto. Sempre que estou sozinho, teu cheiro invade meus sentidos em meio a minha respiração, mesmo você não estando presente. E, nesse meio segundo que aprisiono teu perfume nos meus pulmões, perco-me em caminhos secretos que nunca trilhei, entrego-me aos instintos de minha não tão pura alma. Sinto-me arrepiar. Então, solto o ar e tudo se dissolve. Mas, no fim do dia, percebo quão inútil foi evitar seu olhar, seu sorriso; Por que eu sei que a admiração não tem mais esse nome. Entretanto, deve sempre ser assim, sempre de longe. Devo continuar a sentir o que sinto em silêncio, por que nossos caminhos estão e pretendo que estejam sempre juntos, como duas paralelas, mas sei que nunca se unirão.

[Fernando M. Minighiti][29.07.2011][11:00]



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