sábado, 22 de janeiro de 2011

Precipício

Estou à beira de um abismo. Olho para baixo, para o precipício sem fim além de meus pés, e ele me encara de volta. Convida-me a dar mais um passo. Hesito. dessa vez, não deve haver arrependimentos, o que é algo impregnado na minha carne. E sim, eu vou me flagelar depois do próximo passo, mas não posso deixar de me perguntar... o que há do outro lado? O que vai acontecer se  eu seguir meus instintos? O que há no fundo do precipício? - no fundo da minha mente? Eu poderia ficar aqui em cima, em proteção, e jamais saber o que há lá em baixo. Mas cada dia que passa eu tenho mais certeza que estarei muito melhor sozinho lá no fundo do que aqui no alto, dividindo um ar há muito rarefeito. Abro os braços e, nesse gesto, não tenho mais peso. Estou pronto para abraçar o desconhecido.

[Fernando M. Minighiti][22.01.11][02:11 a.m.]


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