segunda-feira, 4 de julho de 2016

Elegia aos poemas mortos

É contraditória essa alegria
Que enche o peito de tristeza
Numa calma assustadora,
Demasiadamente cansada.

Todo o poema morto,
As palavras assassinadas
(Que de alguma forma não se vão)
De uma mágoa antiga,

Vem e vai como a maré,
Quebrando na orla agridoce.
Assombram-me durante o dia,
Abraçam-me ao nascer da noite

Num afago tranquilo,
Num carinho calmo.
Tudo aquilo que me assassina
É tudo aquilo que me mantém a salvo.

[Fernando M. Minighiti][28.06.2016][02:08]


Nenhum comentário:

Postar um comentário