quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Soneto para uma criança sonhadora

Não chores, amigo.
Não vês que a chuva nunca parou de cair?
Que o silêncio contido sempre serás teu abrigo?
Nada resta para ti aqui, a não ser partir.

A brisa que ontem o confortou
é o vento que o faz desabar.
Junte os cacos. Agora que tudo acabou,
reconstrua teu inóspito lar.

Chama de amigo aquele que amou
- a chuva que molhou até o ossos -
Beija sua testa antes do adeus .

Chama de passado aquilo que não terminou.
Mate a criança-sonho, não feche seus olhos:
Liberdade e angústia de quem não conhece Deus.

[Fernando M. Minighiti][25.02.2016][16:20]


Nenhum comentário:

Postar um comentário