Não chores, amigo.
Não vês que a chuva nunca parou de cair?
Que o silêncio contido sempre serás teu abrigo?
Nada resta para ti aqui, a não ser partir.
A brisa que ontem o confortou
é o vento que o faz desabar.
Junte os cacos. Agora que tudo acabou,
reconstrua teu inóspito lar.
Chama de amigo aquele que amou
- a chuva que molhou até o ossos -
Beija sua testa antes do adeus .
Chama de passado aquilo que não terminou.
Mate a criança-sonho, não feche seus olhos:
Liberdade e angústia de quem não conhece Deus.
[Fernando M. Minighiti][25.02.2016][16:20]
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Águia de sangue
Veja, as cortinas subiram.
Lá vem o amor.
Parece meio tímido,
como quem não quer nada.
Como ator que não sabe o texto
mas que continua no palco.
E sob o holofote da sua luz hipnótica
nós somos o foco, não ele.
Assim vamos perder a hora,
ela se torna um mero detalhe.
E sua luz brilha ao ponto de cegar, de apagar.
Pronto. Apagou-se.
Perdemos a hora
e o prumo. O sentido. O orgulho.
E tudo mais o que o amor quis -
esse bicho egoísta que não sabe ouvir não.
Não, senhor!
Sua divisão é indivisível.
Tem para si o amor que é do outro,
mas que apenas a ele pertence.
Por mais que sozinho não sobreviva
é tudo dele, mesmo que ainda dependente.
Não, não entendas. Não tentes.
Toma teu rumo, segue teu caminho.
Guarda o pouco que restou.
Afaga as dores,
vença mais uma noite
nesse caminho apático.
Desce a rua, não olha os lados.
Amor multifacetado é indissolúvel,
e do seu brilho não és filho.
Apenas amigo traído
que aos poucos sucumbe
ao seu próprio grito contido.
[Fernando Martins Minighiti][22.02.16][22:40]
Lá vem o amor.
Parece meio tímido,
como quem não quer nada.
Como ator que não sabe o texto
mas que continua no palco.
E sob o holofote da sua luz hipnótica
nós somos o foco, não ele.
Assim vamos perder a hora,
ela se torna um mero detalhe.
E sua luz brilha ao ponto de cegar, de apagar.
Pronto. Apagou-se.
Perdemos a hora
e o prumo. O sentido. O orgulho.
E tudo mais o que o amor quis -
esse bicho egoísta que não sabe ouvir não.
Não, senhor!
Sua divisão é indivisível.
Tem para si o amor que é do outro,
mas que apenas a ele pertence.
Por mais que sozinho não sobreviva
é tudo dele, mesmo que ainda dependente.
Não, não entendas. Não tentes.
Toma teu rumo, segue teu caminho.
Guarda o pouco que restou.
Afaga as dores,
vença mais uma noite
nesse caminho apático.
Desce a rua, não olha os lados.
Amor multifacetado é indissolúvel,
e do seu brilho não és filho.
Apenas amigo traído
que aos poucos sucumbe
ao seu próprio grito contido.
[Fernando Martins Minighiti][22.02.16][22:40]
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