terça-feira, 10 de maio de 2011

O fim da linha

Sabe... esse estorpor não tem nome... não há uma definição exata para transcrever como exatamente me sinto agora. Sinto-me encharcado, como se uma enorme onda tivesse acabado de passar por mim e me derrubar. Sinto-me destruído permanentemente - não há como nada nem ninguém consertar o que em mim se partiu. Sinto-me no auge de uma ressaca sem cura. Sinto-me enterrando um familiar. Sinto-me mudando de estado, e deixando tudo o que mais importa - todos vocês - para trás. Sinto-me... no fim da linha. Não há mais nada que eu possa enxergar agora. Está tudo tão escuro fora quanto dentro de mim. Sinto-me profundamente perdido, como nunca antes. Sinto-me culpado de um crime hediondo, sentado à mesa do delegado, confessando penosamente cada detalhe incriminador. E eu diria que me arrependo. Me arrependo por não ter sido um bom amigo. Por não ser tão presente como gostaria ser. Por não ter tentado o suficiente - Por ter deixado tudo isso acontecer. Devia ter me desapegado de problemas pequenos e ter dado mais valor a vocês, que estavam ao meu lado todo o tempo. Deveria ter dado mais atenção aos sinais que, nesses três longos anos, foram absolutamente visíveis: uma hora isso ia acontecer. E, agora, tudo isso é minha culpa. É tudo fruto da minha negligência, do meu excesso de confiança. Quem sabe, um dia, tudo possa ser umna sombra do que foi? Até lá, devo pagar o preço: Sou um homem sem esperança.

[Fernando M. Minighiti][10.05.2011][20:50]

Para T, N, L e F. À memória do que fomos e à esperança do que o futuro nos reserva.



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