Eu sempre soube que não seria fácil. Era uma escolha como qualquer outra, mas com consequências que acarretariam ao longo da vida... e acarretaram. E não foi fácil - nada fácil mesmo. Era eu ou eles. Era o meu destino em jogo. Deus sabe como eu quis ficar. Deus sabe o quanto eu sou péssimo com "adeus" e o quanto eu amo meus únicos amigos verdadeiros. Mas era o meu destino, a minha vida... Percebi, então, que a separação era algo inevitável e já estava ali, a minha frente, aguardando para ceifar, como a morte, tudo o que construímos. Era inevitável, não era?
Os meses passaram. Dois, três, quatro. Mas, para mim, não eram meses - ou dias. Eram torturas. A cada dia a distância encontrava um novo modo de perfurar minha carne. A cada momento a solidão decidia que era o momento de me destruir internamente. E desde então sou destruído dia após dia.
Não sei se a saudade é algo bom. Ela os mantém vivos em minha memória eternamente. Pelo menos eles nunca desapareceram um só momento até hoje. Estão tão vivos, aqui, dentro de mim, que parece que dissemos "bom final de semana" há dois dias, e que vamos nos reencontrar amanhã, depois do final de semana, felizes. Mas esse final de semana não tem fim, e jamais vamos nos encontrar na segunda feira. E é por isso que dói. Essa saudade ingrata me assola todas as manhãs, todas as tardes, todas as noites. Quantas vezes esperei, em vão, que vocês aparecessem no portão da escola? Quantas vezes vi vocês em rostos de estranhos? Quantas vezes?! E quantas vezes fico imaginando como seria nossas vidas se não tivesse escolhido esse caminho? Seria melhor do que está agora, disso eu tenho absoluta certeza, mas, Deus! Eu nunca saberei!
Mas o tempo passa. Até para quem é torturado diariamente, como eu, ele passa. Então, coloco meu vícios e minhas virtudes à prova: Aos poucos vou percebendo o horrível monstro que eu sou no meu interior - o meu verdadeiro eu. Vocês forcaram-me a viajar ao meu mais profundo e (agora percebo) podre âmago e avaliar tudo o que eu já tinha dentro de mim e preferia negar. E agradeço todos os dias por vocês forçarem-me a realizar tal ato. Percebo, hoje, que um monstro como eu não merece pessoas como vocês na vida. Talvez foi por isso que a separação foi inevitável.
Entrementes, curo da melhor forma o meu interior degradado e cultivo o passado como fonte de alívio à minha dor diária. Lembro-me de quando sorria, e sorrio. Lembro de tudo o que passamos e me transformo em outra pessoa completamente diferente: Volto a ser quem fui, e não o que me obrigaram a ser. Esforço-me, com todas as minhas forças, em acreditar que nada mudou. O que não é verdade, é claro, tudo mudou. Percebo, desesperado, que nossa essência está aos poucos se esvaindo com o tempo e a distância. Em pânico, tento reagrupar tudo novamente - sempre tento, desde o início. Mas os meus esforços estão sendo em vão. O desespero e o medo me possuem quando vejo tudo o que um dia fomos começar a desaparecer. Deve haver algo que eu possa fazer, deve haver, sempre há. Sempre.
Melodramático? Apego ao que já passou? Teimosia? Talvez tudo isso junto, não dou a mínima. A questão é que eu não vou desistir. Não vou desistir até que eu esteja desintoxicado, e me torne por completo quem um dia fui. Não vou desistir até que nós nos tornemos quem um dia fomos. E, se nada der certo, não vou desistir de cultivar, com todas as minhas forças, o passado tão bom que vocês me proporcionaram (e que espero que eu tenha proporcionado a vocês também), por que vocês, e somente vocês são capazes de me fazer sentir verdadeiramente feliz. Ora, pois se eu não conseguir fazer do passado um novo presente, eis que viverei somente do que já passou.
[Fernando M. Minighiti][01.05.2011][14:29]
Mudaram as estações
Nada mudou.
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
'Tá tudo assim - tão diferente.
Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
que tudo era pra sempre
sem saber que o "pra sempre"
sempre acaba?
Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou.
Quando eu penso em alguém
só penso em vocês;
E aí, então, estamos bem.
Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está,
nem desisitr, nem tentar;
Agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa.
[Por Enquanto. Cássia Eller]
Por baixo de meus pesadelos e solidão
Eu me odeio
Por respirar sem você.
Embora eu tenha perdido minha trilha
Todos caminhos me levam a você
Barreiras invisíveis entre nós
Derretam e nos deixem sozinhos novamente
Zumbindo, assombrando em algum lugar lá fora
Eu acredito que nosso amor pode sobreviver através da morte.
E enquanto nos deitamos numa paz silenciosa
Eu sei que você se lembra de mim
[Like You. Evanescence]
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