quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Auto-Retrato

Eu sou
a indiferença pertinente
à tudo a minha frente,
a tudo que se sente.

Eu sou
um fiapo de tristeza,
um caminho de incertezas
que vem a meu ser findar.

Eu sou
a total convergência
de todos os problemas
sem solução aparente.

Eu sou
o âmago inalterado:
Um sorriso de escárnio,
um toque tão sarcástico.

Eu sou
uma nesga de impertinência,
uma pitada de saliência,
uma doce imprudência.

Eu sou
um reflexo rachado
de todo o fracasso
de cada amanhecer acordado.

Eu sou
o andar solitário,
os passos espaçados
que não seguem compassos.

Eu sou,
de todas as escolhas,
a mais improvável,
de opinião mais variável.

Eu sou
pensamentos em tinta fina;
opinião oprimida,
incoerente e incompreendida.

Eu sou
da tempestade o farfalhar,
um estranho bipolar
que não sabe onde vai parar

E só assim
nesse não saber
é que posso
me compreender.

[Fernando M. Minighiti][17.11.10][8:28]



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