Ainda sim o sol se poria
E as estrelas brilhariam.
A segunda ainda seria segunda,
E o homem ainda acordaria cedo para trabalhar
como quando eu vivo, fazia.
Se eu morresse hoje,
As rosas continuariam perfumadas,
E o vento, uma brisa encantada.
Fazendo frio ou calor,
O aconchego de uma cama morna
Intacta, intocada.
Se eu morresse hoje,
Amores também morreriam
Tal qual o bebê natimorto,
Que antes mesmo do seu primeiro sopro
Escolhe a escuridão estática
A uma vida amaldiçoada.
Se eu morresse hoje,
Sentimentos não mais existiriam.
Desaparecer-se-iam.
Toda forma de dor murcharia,
Assim como a orquídea malcuidada
Murcha no final do seu primeiro dia.
E seria um desperdício de tempo,
Mas não o tempo em que eu não viveria,
Não. Se há um arrependimento
E uma maldição em mim
É todo o tempo em que persisti e,
Mesmo sabendo que era pior, vivi.
[Fernando M. Minighiti] [02.07.2014] [ 9:14]
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