Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!"
[Soneto; Alvares de Azevedo]
"Nos meus lábios onde suspirava a monodia amorosa, vem a sátira que morde."
[Antônio Candido e J. A. Castello]
"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, neste terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro.
A mão que afaga é a mesma que apedreja
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"
[Augusto dos anjos, Versos Íntimos]
"Enfim te vejo! - enfim posso,
curvado a teus pés, dizer-te
que não cessei de querer-te
pesar de quando sofri [...]"
[Gonsalves Dias, Ainda uma vez]
"Anda em mim, soturnamente,
Uma tristeza ociosa
Sem objetivo, latente,
Vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
Ondula, vagueia, oscila
E sobe em nuvens de fumo
E a minh'alma se asila."
[Cruz e Sousa]
"Tenho sonhos curéis; n'alma doente
sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...
Saudades desta dor que em vão procuro
do peito afugentar bem rudemente,
Devendo, ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração dum véu escuro! [...]"
[Caminho; Autores portugueses]
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