domingo, 6 de setembro de 2015

Poema de despedida

Do que é feita a partida?
Quais são seus ingredientes?
O remorso que, de tão íntimo, torna-se sanguíneo?
A inveja latente?

Mas, amigo meu, inveja do que?
Inveja da ida, da despedida?
Dos restos mortais, do que volta ao pó?
Inveja... de se sentir traída?

Ah, a despedida, nossa infiel amiga!
A abraçamos com falsa aceitação,
E em seu aconchego, mesmo em sua companhia,
definimos, catalogamos "solidão".

Mas quando partires, amigo, que vivas!
E se a dor for deveras latente,
Erga-te a cabeça e relembre:
"Só tem vida aquele que olha pra frente".

[Fernando M. Minighiti][00:01][06.09.2015]